Procurar
Close this search box.

PROBIÓTICOS , o que são e para que servem?

Ao longo dos anos verificou-se que existiam diferenças significativas entre os lactentes alimentadas com leite materno e os alimentados com fórmulas infantis, no que respeita à suscetibilidade às infeções, à resposta imunológica, e ao risco de desenvolver doenças crónicas em adultos (nomeadamente hipertensão arterial e obesidade), sendo estas muito menores nos latentes alimentados com leite materno

Dr.ª Maria de Lurdes Torre, Pediatra.

Sabemos que o leite materno é o melhor alimento para a criança e contém todos os nutrientes necessários para um adequado crescimento e desenvolvimento, podendo ser dado em exclusivo até aos 6 meses.

Graças ao desenvolvimento de novas técnicas é atualmente possível que a indústria adicione e modifique componentes que levam cada vez mais a uma aproximação da composição das fórmulas infantis à do leite humano.

Vamos tentar explicar alguns conceitos que surgem na literatura e na rotulagem das latas de leite de fórmula que nem sempre são fáceis de entender.

Microbióta, prebióticos e probióticos

O intestino humano é colonizado por um conjunto de microrganismos (bactérias, entre outros) que é denominado microbiota intestinal cuja composição em quantidade e qualidade vai variando ao longo da vida.
Outro conceito é o de prébioticos que são ingredientes não digeríveis que estimulam o crescimento ou atividade de bactérias da microbiota intestinal, que têm efeitos benéficos para o organismo.

Os prébioticos sintéticos melhor estudados são os galacto-oligossacaridos (GOS) e os fruto -oligossacáridos (FOS), que se podem associar aos leites de fórmula para tentar obter efeito semelhante aos prebióticos naturalmente presentes no leite humano.

Trabalhos científicos demonstram um aumento mais significativo de bactérias benéficas em lactentes alimentados com fórmulas suplementadas com GOS do que no grupo controlo alimentado com fórmulas não suplementadas com GOS.

E probióticos o que são? São microrganismos vivos (bactérias) que, quando administrados em quantidades adequadas promovem benefícios na saúde do hospedeiro é esta a definição da Organização Mundial de Saúde – 2001. A sua eficácia é especifica à estirpe analisada, ou seja, cada espécie tem propriedades especificas e o seu uso deve ser baseado em estudos e trabalhos científicos, uma vez que não existe risco zero na sua utilização.

Do mais bem estudado cito os lactobacillus casei, rhamnosus, reuteri e as Bifidobacterias bifidum e lactis.

Simbiótico, o que é?

Outro conceito que convém reter é o de simbiótico que é o que resulta da ação sinérgica (em conjunto) de pré e probióticos e que tem um maior efeito que isolados.

Ou seja, os prébioticos estimulam e prolongam a ação do probiótico e em conjunto obtêm um efeito sinergético e benéfico para o hospedeiro.

Por exemplo, a quantidade de Bifidobacterias é significativamente maior após a ingestão durante 3 semanas de fórmulas infantis com pre e probióticos do que comparado com fórmulas enriquecidas apenas com probióticos conforme trabalhos publicados.